segunda-feira, 17 de abril de 2023

 SAMPAOLI


           Tenho evitado escrever sobre futebol... sobre Flamengo. Esta lacuna - mais uma - se dá não porque o Flamengo foi eliminado pelo Al-Hilal, não por conta das derrotas para Palmeiras e Independiente Del Valle ou mesmo pelo fiasco de mais um vice campeonato carioca vencido pelo Fluminense... Não! Nem mesmo o Maringá colaborou para o meu afastamento. Nada disso. Ah!, assim como a vitória contra o Coritiba na estreia do Brasileiro também não foi o motivo que fez retornar ao teclado. Nenhuma dessas opções me comoveu. O que me afastou das manifestações mais acaloradas de minhas opiniões, aliás, o que me fez calar a boca e os dedos quando o assunto era Flamengo foi o desempenho, a má vontade dos jogadores do time deste Flamengo. Fizeram-me ser possuído pela certeza de que Dome, Paulo Sousa e Vítor Pereira foram demitidos, não obtiveram êxito, em virtude da má vontade se não de todos, da maioria dos jogadores do elenco, ao menos da Panela, em sua maioria titular da equipe. Ao não lograrem êxito e com isso derrubarem as pretensões ao sucesso dos treinadores citados, essa turma levava junto nossas vitórias tão desejadas, nos trazendo derrotas cada vez mais humilhantes. Jogaram mais ou menos com Renato Gaúcho e Dorival Jr, treinadores com a característica de levarem seus grupos na camaradagem do vestiário, sem muito esforço físico ou tático. Foi o que pareceu, até que a preguiça do Grupo destruiu as pretensões destes treinadores da mesma forma. Esse comportamento inadequado para a camisa que vestiam me fez... não desistir, mas deixar o Flamengo um pouco de lado. Mas agora sinto o desejo renovado de escrever. Isso não está alinhado a desempenho ou a mudança de atitudes dos jogadores deste grupo em especial, mas a renovação de uma esperança em mim. Essa esperança tem nome: Ror rre Sampaoli. 

            O engraçado é que em meus devaneios com um novo Flamengo surgindo, este "novo" não passa ainda por vitórias sonhadas, mas pela imagem de um treinador empilhado gritando horrores para o bando que aparentemente se recusar a correr quando esta devoção for exigida. Vítor Pereira, por exemplo, balançava a cabeça negativamente diante da pasmaceira e sentava-se no banco agarrado a multa extraordinária a qual aquele comportamento dos jogadores mais cedo ou mais tarde depositaria naquela conta corrente já tão recheada. Com Sampaoli não será assim - sonha minha crença, minha esperança. Ele dará nome aos bois quando David Luiz tocar a bola para o lado com desprezo pelo seu próprio time ou tentar um lançamento desmiolado para ninguém. E, o nome será entonado aos berros, diante das câmeras e à beira dos gramados. Uma espécie e Diniz/Tchê Tchê. Vou adorar, caso isso precise mesmo acontecer. Sim, espero que não.

            Hoy dou as boas-vindas a Jorge Sampaoli mas,  ainda não pela lembrança do time do Santos de 2019, nem por suas passagens na seleção chilena ou no Olympique. Hoje espero apenas que Sampaoli sampaoli esse grupo derrubador de treinadores e que  claro, isso lhe dê os resultados que todo Rubro-negro precisa para voltar a falar de futebol, não com dignidade - isso não perdemos ainda -, mas com nossa natural soberba em relação ao cenário futebolístico tupiniquim, porque aqui, Dona Leila, o Flamengo é sim, maior que os demais.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

E o Mundial do Flamengo...

 

UOL



E o Mundial do Flamengo se foi. Para quem estava preocupado com a escalação de Benzema, Militão... com o ânimo de Vinny Malvadeza, se o Real Madrid levaria ou não a sério a competição, ficou uma sugestão de soberba e, no mínimo, negligência com o adversário da vez, o Al-Hilal.  Antes de mais nada dificilmente este espaço se dedicará a adversários do Flamengo, salvo quando for respeitosamente impossível não citar as virtudes deste adversário.

Não, o Al-Hilal não é um adversário com essas características. Parece que minha opinião se desencontra, mas não é assim. Respeitar o adversário de ontem significava aparentar ciência de que havia um adversário antes do tão desejado jogo contra o Real Madrid, nada mais. O Flamengo deveria ter estudado o jogo anterior do Al-Hilal contra o time marroquino e... só. Bastaria apenas depois disso ser Flamengo. Fazer jus ao seu time e ao seu elenco. Por exemplo, fazer Davi Luiz entender que não se deve começar o jogo dando chutões para frente; fazer Matheusinho compreender-se lateral direito do Flamengo e não se permitir àquilo que ele fez em sua primeira oportunidade de errar. Ele errou bisonhamente. 1 x 0. Cobrar de Gerson menos marra e mais concentração, de Thiago Maia menos nervosismo e mais eficiência com a dinâmica que lhe é peculiar. Fazer com que os jogadores da frente entendessem que é preciso retomar imediatamente bolas perdidas na defesa adversária e organizar com a habilidade e o discernimento que possuem jogadas com a possibilidade mais contundente de se transformarem em gols. Faltou tudo isso e o Mundial do Flamengo se foi.

Culpar Vítor Pereira... só mesmo os que têm preguiça de raciocinar e entenderem o momento. O trabalho de Vítor está no início. Por conta disso pode ter havido dificuldades no desenrolar das tramas de ataque e de defesa. Motivo suficiente para os jogadores mais cascudos – tem um monte lá – tomassem para si as rédeas do jogo e impusessem sua melhor condição técnica ao adversário. O time estava aparentemente nervoso e inseguro na execução do mais simples, das trocas de passes que fazem com tanta maestria. O adversário do Flamengo foi descobrindo que ganharia fácil daquele adversário aos poucos. Os jogadores do Flamengo menosprezaram as possíveis dificuldades em campo. Culpar Vítor Pereira...  não acho justo.

Tenho uma tese de que se ontem Dorival estivesse à frente do Flamengo teríamos vencido o jogo com a facilidade esperada por “todos”. Por quê? Porque Dorival JR é tão menos tático que o português que provavelmente os jogadores se sentiriam mais por conta própria e tomariam para si as decisões  de como marcar e de como armar jogadas de ataques. Não teriam a quem seguir de maneira subserviente.

Na questão da escalação... Gabigol  e Pedro não podem jogar juntos. Não podem? Podem!! Desde que o Flamengo abra mão de marcar em pressão alta e com intensidade o tempo todo. Cebolinha faria isso melhor que Pedro pela esquerda e, Everton Ribeiro faria o mesmo pela esquerda. Mas... O trabalho de Vítor Pereira ainda é incipiente e dará frutos no futuro. Claro, se a tropa não o derrubar antes. Apesar deste terrível tropeço – não perder o Mundial, mas ser eliminado na semi -, o ano do Rubro-negro promete ter muito mais alegrias que tristezas. 

domingo, 29 de janeiro de 2023

O Favorito... venceu.

 

Lance



E, apesar dos talentos favoráveis ao Flamengo, o Palmeiras com seu favoritismo tático e longevo venceu a decisão tornando-se, finalmente, Campeão da Supercopa do Brasil. Parabéns aos palmeirenses!

Um jogo aberto e talhado com mais falhas que acertos de ambas as equipes. O Palmeiras foi preciso taticamente e fez os gols que se colocaram a sua disposição. O último gol... não, não questiono se alguém estava ou não impedido - problema da arbitragem - mas, me pergunto se foi ou não uma falha individual grotesca do goleiro rubro-negro. Penso que foi sim. Ele retira os braços da bola. Não sou goleiro e não consigo entender o porquê do movimento. Fora isso o Flamengo poderia sim, ter vencido a partida, inúmeras foram as chances que criou. Alguma maravilha engendrada por esquema? Não. Perdeu os gols que criou a partir da habilidade e do raciocínio de seus jogadores, principalmente de Everton Ribeiro. Pedro desperdiçou e Thiago Maia também.

Mas, venceu quem tinha de vencer. Ficou a marca de que vencerá aquele que se preparar nos treinos e tiver em seu elenco jogadores capazes de desenvolver em campo o que fora treinado. Melhor assim. Cabe agora ao Flamengo voltar à prancheta e treinar, treinar e treinar, para que a abissal diferença de seu elenco para os demais possa fazer, enfim, a diferença.

Projetando... O Flamengo sofrerá no Mundial, vencerá a Recopa e depois... se houver sinergia entre elenco e treinador será só festa. Oremos!


sábado, 28 de janeiro de 2023

O Favorito

 

ESPN


Todo jogo tem um favorito? Não necessariamente, principalmente quanto o duelo se dá num campo de futebol. Flamengo e Palmeiras digladiar-se-ão pelo direito ao primeiro título de relevância no futebol brasileiro em 2023. Quem seria o favorito para o jogaço que se realizará hoje, às 16 horas, em Brasília? Muros... descerei do meu.

Seria um raciocínio tostianiano. O Flamengo é o favorito porque possui melhores jogadores que o Palmeiras em seu time titular e em seu elenco, apesar de estar passando pela fase de conhecimento entre esse elenco e seu novo treinador ou, o favorito é o Palmeiras, pois apesar de possuir um elenco e time titular inferiores ao Fla é treinado há muito tempo e, muito bem, pelo mesmo treinador?

Desdenho das posses e me pego aos "apesares". O Palmeiras é o favorito. Porque sim, seu treinador está no comando de uma equipe vencedora faz tempo. Este relacionamento tático é impressionante e, como disse, vencedor. O elenco do Palmeiras não fica tão atrás daquele que possui o Flamengo assim. 

Isso não quer dizer que o Flamengo será derrotado. Não, longe disso!  Apesar do dito logo acima, o Flamengo possui inúmeros jogadores que poderão resolver o jogo "sozinhos", num lampejo de genialidade. De Arrascaeta, Pedro, Gabigol e Everton Ribeiro estarão em campo e isso já me faz vestir a camisa com marra na ida ao Guanabara. 

O favorito é o Palmeiras. Minha aposta? 2 x 1 Flamengo.


segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Sobre Flamengo x Nova Iguaçu

 

Fora de Campo - Lance

Então... tenho uma simpatia especial pelos Estaduais. Não, melhor, pelo Estadual do Rio de Janeiro. Torço pelo Flamengo dede 1974 (nasci rubro-negro, como qualquer um, mas indo ao estádio... 1974), e a paixão nasceu mesmo num Estadual. Essa simpatia, quase amor, transformou-se com o passar dos anos num olhar diferente para o Estadual do Rio de Janeiro. Vejo hoje esta competição como parte importante da pré-temporada dos clubes grandes de nosso estado. É aquele momento em que o treinador, no caso do Flamengo o Mister, tem para testar num "amistoso" valendo 3 pontos suas incursões no modo de atuar de sua equipe. Pode também avaliar individualmente como se comportam novos e antigos jogadores no lidar com seus desejos táticos. É o momento dos testes em campo!

Dito isto... vi sim, um Flamengo executando variações táticas, certamente ideias difundidas por Vítor Pereira. Marcação alta, baixa... mais recuada até a altura da intermediária adversária; vi um Flamengo criando jogadas diferentes de penetrações na recuada defesa adversária. Vi Matheus França de meia, na meia. Vi Matheusinho dando passos substanciais na intenção da titularidade. Uma defesa sólida. Pedro e Gabigol desejando o gol a todo instante. Vi um Felipe Luís com fôlego ainda para enfrentar talvez por 45... 60 minutos qualquer adversário. Vi o Flamengo se movimentando e se recriando da direção do seu alucinante início de ano. Sábado tem Palmeiras, tem troféu. O resultado, fruto do fraco adversário que inclusive jogou grande parte do tempo com menos, um não importa para as pretensões de um Flamengo que precisa se achar o quanto antes. 

Gostei do que vi. 


sábado, 21 de janeiro de 2023






A Alma Ilha


Sentindo a solidão cercar a alma,
Pela frente por detrás e pelos lados,
Faço-me ilha, serena e calma,
Ignorando a tristeza e seus fados.

Faceira, a solidão se espalma,
A doar-me seus dias injuriados.
Refrescam inda mais e batem palma,
Meu corpo e a alma consolados.

Pois ilha, quem me cerca não importa,
Importa quem minha alma habita.
Ao mundo faço ouvidos de porta,

E ignoro a dor e a desdita.
Sou ilha, mas a alma se transforma,
Esperando o naufrágio da bendita.

Eduardo Tenório
Enviado por Eduardo Tenório em 17/07/2007
Código do texto: T568576

Por que não vimos este Brasil?

 

@GugaNoblat


Esqueçamos os "patriotas",  dementes seguidores de um mito. Esqueçamos as virtuosas incursões de Alexandre de Moraes nas ações em prol da democracia brasileira. Ações essas estranhamente combatidas por algumas pessoas como Glenn Greenwald. Quer dizer... não esqueçamos nada! Mas, isso precisa ser colocado se não em segundo plano, num plano 1.1. Precisamos entender a partir das imagens desses yanomanis famintos e suas crianças mortas o que o Brasil viveu e morreu nesses últimos quatro anos. Chamar Jair Bolsonaro e seu governo de genocidas é dar superficialidade a crimes terríveis quando se aprofunda o estudo sobre as consequências das ações de Moro em 2016, 17 e 18 e todos aqueles que juntos colocaram o país nesse estado de coisas. Nas ruas do Brasil vemos índios, que de índios tem apenas a ancestralidade, mendigando por comida, calor, proteção da chuva e atenção. Famílias inteiras com crianças e idosos. Vimos 700 mil mortos por uma doença que poderia ter suas catastróficas consequências amenizadas caso a vacinação não fosse negligenciada em seu início. Quando nos aprofundamos vemos que nossa tragédia foi muito maior. Discursos em favor de Bolsonaro são muito mais graves que qualquer invasão às casas da democracia. Cada grito "Mito!" traz consigo mortes e a devastação da vida de milhares de brasileiros, indígenas ou não. Alguém precisa fazer algo!