segunda-feira, 2 de novembro de 2020

A derrota do... A vitória do São Paulo. Merecida e contundente.

 

Lembro-me bem, claro, pelo aspecto recente do evento, da goleada imposta ao Corinthians pelo Flamengo. Busquei resenhas esportivas em todos os canais de TV que às produzem. Sim!, estava interessado em ouvir elogios aos jogadores e, principalmente ao treinador rubro-negro tão fortemente criticado nas derrotas do Flamengo sob seu comando. Entretanto, todavia, porém, o que ouvi foram críticas e comentários pesados sobre a estrutura, a política, o elenco, o treinador e o time... não do Flamengo, mas do Corinthians. Poucos e em poucos momentos foram aqueles que mencionaram o poderio técnico-tático do Flamengo naquela maravilhosa tarde de outubro.  Um pouquinho de boa vontade com as coisas rubro-negras vislumbraria a real situação do Corinthians em relação não só ao Flamengo, mas aos demais adversários enfrentados pelo timão até aquela partida. O Corinthians enfrentou outros adversários e nem todos eles (nenhum na verdade) lhe impuseram a quantidade de gols e domínio impostos pelo Fla. Esqueceram do Flamengo. Por que este prólogo? Porque certamente hoje (aconteceu ontem também, claro, mas... não vi), mas, certamente hoje a imprensa descerá a lenha em Doménec e seus comandados, esquecendo-se do principal culpado pelo mal-estar de 40 milhões de brasileiros na tarde de ontem: O time do São Paulo.

O Flamengo de ontem foi algo perto de todos os Flamengos de Dome até aqui. Perto. Acredito até que poderia ter sido melhor, ou pior, mas não tão abaixo da crítica. Por que digo isso? Porque o jogo seria mais tenso e intenso do que foi caso o Flamengo tivesse aproveitado os dois pênaltis marcados a seu favor, o que não fez. A bola entrando provavelmente desestabilizaria o time de Fernando Diniz, assim como desestabilizou o time de Doménec ao não entrar. Flamengo desestabilizado? O São Paulo aproveitou-se como poucos até aqui. Este parágrafo foi menor que o último e será menor que o próximo porque é preciso valorizar o que fizeram os jogadores do São Paulo na tarde de ontem e, não o que não fizeram os jogadores do Flamengo.

Claro, Diniz, Reinaldo e toda trupe paulista assistiram ao sufoco impetrado ao Flamengo pelo Internacional no último empate de 2 a 2 entre cariocas e gaúchos. Gustavo Henrique e Isla, os afobados de outrora, estariam lá, da mesma forma, tentando sair jogando também, da mesma forma. Percebam que a bola dificilmente era, nas diversas tentativas de sair jogando do Flamengo, conduzida para o lado esquerdo da defesa carioca. Lá estariam Filipe Luiz e Nathan, um zagueiro e um lateral mais habilidosos que os citados logo ali acima. O São Paulo não permitiu isso e obrigava Neneca a entregar a bola nos pés de Gustavo e Isla. O Flamengo então começou a alçar a bola entre as intermediárias, facilitando a retomada por parte do São Paulo e aumentando sobre si a pressão, a mesma pressão, sofrida no final de semana passado. Entretanto, esta pressão recaiu sobre o Flamengo com mais qualidade que a pressão gaúcha. O time do São Paulo é melhor que o do Internacional e seus jogadores estavam ontem em tarde feliz. Apertaram o Flamengo no Maracanã de seu gramado irregular e ali mesmo começavam a desestabilizar seu adversário. Acontece que de uma forma geral o Flamengo se houve também melhor que na semana passada no lidar com essa pressão inicial e conseguiu fazer o seu gol. O São Paulo não sentiu a pancada e continuou com seu plano inicial. Pressionou. O Flamengo... entregou, o São Paulo fez. Time já calejado, o Flamengo também não sentiu o gol são-paulino e continuou em sua escalada para mudar a característica do jogo, até então favorável aos paulistas. Pênalti. Não convertido pelo péssimo batedor de sempre, Bruno Henrique. Aí sim, o Flamengo começou a sofrer de mal estranho. Uma pressão exercida sobre si mesmo. Uma coisa de dentro para dentro.  O São Paulo... continuava a praticar o método Diniz de pressionar e arrancar para seus contra-ataques cadenciados e inteligentes. Um gol atrás do outro e mais uma cobrança de pênalti pessimamente executada, desta vez por Pedro, entregaram um Flamengo desorientado e espalhado ao apetite são-paulino de fazer gols. E foi o que aconteceu. O Flamengo não perdeu para o São Paulo. O São Paulo goleou o Flamengo em pleno Maracanã executando de forma brilhante seu plano, sua estratégia de jogo.

A sorte do Flamengo e das expectativas de seus torcedores em relação ao Campeonato é que nem o São Paulo porá em prática bem-sucedida esse plano sempre que jogar e, muito menos, o Flamengo irá tombar com tamanha facilidade diante de um adversário que saiba explorar suas fraquezas e/ou seus momentos de distúrbios.