quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

E o Mundial do Flamengo...

 

UOL



E o Mundial do Flamengo se foi. Para quem estava preocupado com a escalação de Benzema, Militão... com o ânimo de Vinny Malvadeza, se o Real Madrid levaria ou não a sério a competição, ficou uma sugestão de soberba e, no mínimo, negligência com o adversário da vez, o Al-Hilal.  Antes de mais nada dificilmente este espaço se dedicará a adversários do Flamengo, salvo quando for respeitosamente impossível não citar as virtudes deste adversário.

Não, o Al-Hilal não é um adversário com essas características. Parece que minha opinião se desencontra, mas não é assim. Respeitar o adversário de ontem significava aparentar ciência de que havia um adversário antes do tão desejado jogo contra o Real Madrid, nada mais. O Flamengo deveria ter estudado o jogo anterior do Al-Hilal contra o time marroquino e... só. Bastaria apenas depois disso ser Flamengo. Fazer jus ao seu time e ao seu elenco. Por exemplo, fazer Davi Luiz entender que não se deve começar o jogo dando chutões para frente; fazer Matheusinho compreender-se lateral direito do Flamengo e não se permitir àquilo que ele fez em sua primeira oportunidade de errar. Ele errou bisonhamente. 1 x 0. Cobrar de Gerson menos marra e mais concentração, de Thiago Maia menos nervosismo e mais eficiência com a dinâmica que lhe é peculiar. Fazer com que os jogadores da frente entendessem que é preciso retomar imediatamente bolas perdidas na defesa adversária e organizar com a habilidade e o discernimento que possuem jogadas com a possibilidade mais contundente de se transformarem em gols. Faltou tudo isso e o Mundial do Flamengo se foi.

Culpar Vítor Pereira... só mesmo os que têm preguiça de raciocinar e entenderem o momento. O trabalho de Vítor está no início. Por conta disso pode ter havido dificuldades no desenrolar das tramas de ataque e de defesa. Motivo suficiente para os jogadores mais cascudos – tem um monte lá – tomassem para si as rédeas do jogo e impusessem sua melhor condição técnica ao adversário. O time estava aparentemente nervoso e inseguro na execução do mais simples, das trocas de passes que fazem com tanta maestria. O adversário do Flamengo foi descobrindo que ganharia fácil daquele adversário aos poucos. Os jogadores do Flamengo menosprezaram as possíveis dificuldades em campo. Culpar Vítor Pereira...  não acho justo.

Tenho uma tese de que se ontem Dorival estivesse à frente do Flamengo teríamos vencido o jogo com a facilidade esperada por “todos”. Por quê? Porque Dorival JR é tão menos tático que o português que provavelmente os jogadores se sentiriam mais por conta própria e tomariam para si as decisões  de como marcar e de como armar jogadas de ataques. Não teriam a quem seguir de maneira subserviente.

Na questão da escalação... Gabigol  e Pedro não podem jogar juntos. Não podem? Podem!! Desde que o Flamengo abra mão de marcar em pressão alta e com intensidade o tempo todo. Cebolinha faria isso melhor que Pedro pela esquerda e, Everton Ribeiro faria o mesmo pela esquerda. Mas... O trabalho de Vítor Pereira ainda é incipiente e dará frutos no futuro. Claro, se a tropa não o derrubar antes. Apesar deste terrível tropeço – não perder o Mundial, mas ser eliminado na semi -, o ano do Rubro-negro promete ter muito mais alegrias que tristezas.