segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Poesia, quem gosta?



Degustar-te... Ah, eu queria degustar-te!
Em meus lençóis seu corpo, a pura arte,
Enlouquecendo meu corpo , tonto, torpe
A sorver a alma, brincando com a morte.

Brota n’alma a grandeza do aparte
Na agonia de um afável baluarte,
Alheio ao prazer e a própria sorte
De ter-te deusa, sem que isso me importe.

A alma doa sua noite lancinante
E trinca os dentes num sorriso “gentil”.
Sorri sincera c’o a leveza do elefante,

E manda o corpo pra puta que o pariu.
Meu corpo é a alma que sorve arfante
Teu corpo e tua alma com fome febril.

Ataque e Defesa, Fisiologia X Psicologia

O Flamengo venceu o CSA ontem no Maracanã, mais uma vez lotado, por 2x1. Ótimo às pretensões rubro-negras, não poderia mesmo ser diferente. Entretanto, o CSA dificultou mais a vida do Flamengo que o próprio Grêmio diante de toda responsabilidade e tensão que cercaram a segunda partida da semi-final brasileira da Libertadores. Sim, por incrível que possa parecer o CSA fustigou mais o goleiro Diego Alves - que está pegando muito - que o ataque capitaneado por Cebolinha. Mas... será mesmo que o CSA ameaçou mais o Flamengo e suas intensões de vitória que a tensão tricolor gaúcha? Não penso assim. O Flamengo cansou de perder gols feitos contra o CSA. O que identifiquei como preocupante não foram os assédios do CSA, mas sim os motivos que permitiram ao clube alagoano aparecer de forma diferente e inesperada no Globo Esporte de hoje - todos nós esperávamos uns "cincuuu" pelo menos. O Flamengo me pareceu cansado.
Cansado fisicamente? Nem tanto, talvez.  Mas o Flamengo estava mentalmente cansado e, a despeito dos resultados e das possibilidades advindas da fisiologia, o time me pareceu mentalmente estafado. Felizmente isso não era visto quando o Fla precisava se defender dos ataques do CSA, mas sim numa visível preguiça na hora de atacar. Por várias vezes foi possível ver o meio campo roubar a bola dos alagoanos, entregar ao ataque e ali permanecer, torcendo por mais um gol. Essa atitude de parte do meio de campo do Fla acabou por criar um vazio entre o ataque e a defesa, buraco este muito bem explorado pelo CSA que por ali e naqueles instantes criou suas maiores oportunidades de marcar seu gol. Um cansaço mental. O quero dizer com isso? O Flamengo estava, aparentementebem nas aptidões físicas e aeróbicas, mas parecia não estar muito a fim de sufocar seu adversário. Talvez um descanso mental para alguns jogadores titulares seria uma boa medida para amenizar o que tende a piorar. Alguém da psicologia tem o número da fisiologia?

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Como parar o Flamengo de Jorge Jesus?

Esta é a pergunta que a maior parte da imprensa se faz, ou nos faz, quando se refere a qualquer próxima partida do Flamengo no Brasileiro. Mas... esta não deveria ser a pergunta a pautar este momento mágico que o Flamengo apresenta a todos, no Brasil e no mundo (Portugal). Para responder esta pergunta basta fazer uma reunião entre quem a fez e mentes brilhantes como a de Joel Santana, Celso Roth, Abel Braga, Mano Menezes, Felipe Scolari... e pensadores do gênero.Todos subjugados pelo brilhante e indecifrável futebol apresentado pelo Rubro-negro.Se não foram, serão. Esta reunião, assim como a pergunta que a originou não deveriam existir nem em forma de pauta! A pergunta certa deveria ser: Como jogar igual ao Flamengo?
Como jogar igual ao Flamengo...? Essa preocupação, a busca deste norte, faria com que o envolvido adentrasse ao "trem chamado Jorge Jesus". Já escrevi sobre isso e não me cansarei de reescrever. Ninguém com menos de 40 anos viu nada parecido com isso em terras tupiniquins. É preciso entender o que, como e de que forma se pode ensinar isso ao próximo - leia-se como próximo o seu jogador, o jogador do seu time. Imaginem um jogo com dois times marcando alto, com suas defesas adiantadas ao meio de campo e, com toques de classe logo após a recuperação da bola. Em que estado de êxtase ficariam aqueles presentes a um jogo desse, ou mesmo em frente aos aparelhos de TV...? Este debate precisa ser embrasado, flamejar na mente de todos pelo bem do futebol brasileiro daqui pra frente.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Ai Jesus!!

Flaresenha - foto Marcelo Cortes


Se isso não é um milagre, não sei mais o que significam milagres no futebol - no daqui. Fazer Arão de Patinho Feio em Príncipe, ignorando que sapos viram príncipes e não patinhos feios, tudo bem, já seria um milagre. O milagre da recuperação, afinal de contas Arão já tivera seu destaque em algum momento da carreira. Mas Rodlindo!!! Aí se configura um milagre da criação e, isso nem seria tarefa para Jesus - o daqui. Seria uma bagagem que Rodney deveria ter apresentado como sua desde quando chegou ao Flamengo, ao menos uma vez. Entretanto, Rodney já classificou sua atuação no Fla-Flu de hoje como a melhor em sua carreira. Mais uma vez, Jesus. Mais um adversário subjugado diante do empoderamento imperioso e intenso de um time que precisa ser campeão. Sim, além do Flamengo ser apontado por todos como virtual campeão, suas atuações me fazem suplicar aos céus - os daqui, que este Flamengo seja Campeão Brasileiro. Por incrível que pareça, não está aqui meu combalido coração rubro-negro, mas o mais mortal desejo de um torcedor de futebol. 
Jesus não recuperou apenas Arão e criou este Rodney de hoje. Jorge Jesus criou e, porque não recuperou,um Flamengo que existiu no passado e que até aqueles que apenas ouviram falar sentiam falta, ou duvidavam que havia mesmo existido. E este Flamengo, este jeito Flamengo de jogar, de ver o jogo, não pode passar como um brilhareco efémero em sua  redundância transformada por mim em súplica joelhos ao chão. Basta que o Flamengo não vença as duas competições que disputa para que as vozes hoje destroçadas em campo bradem em uníssono: "Não disse que isso era fogo de palha!!" Pois os títulos precisam acontecer para que o Futebol Brasileiro a partir do próximo ano mude embebecido por este sublime cálice de vinho - do Porto. Isso acontecendo, como parece acontecerá, Jesus terá recuperado, com sua forma de ver o jogo, o Futebol Brasileiro - o daqui, criando esperanças em todos os torcedores de que já no ano que vem será possível vencer e jogar de igual para igual com o Flamengo de Jesus.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Sobre Meninos e Lobos

Fortaleza e Flamengo fizeram um bom jogo recheado e permeado por estranhezas atroz. Por parte do tricolor cearense estranhou-me o abdicar do ataque feroz, tal e qual um leão diante de uma presa debilitada. O Fortaleza, a despeito da vontade e ansiedade de sua torcida, respeitou demais um time ABC do Flamengo. O rubro-negro entrou em campo com jogadores titulares, reservas e reservas dos reservas e ainda assim o Fortaleza aceitou o que ditou este time tão misturado do Flamengo. Aqui a estranheza se pinta de rubro-negro.Teve o time cearense a oportunidade de se fazer lobo diante de uma equipe de meninos em sua formação titular. Mas o Fortaleza preferiu fazer-se menino diante da transformação deste Flamengo manso num Flamengo feroz, tal e qual um lobo perseguidor de sua presa. Foi isso! O Fortaleza, que tinha tudo para tirar uma onda de leão, preferiu virar antílope. Chega de misturar animais a este jogo tão estranho e tão confortante para o torcedor do Flamengo que em determinado da partida já aceitava uma derrota que estranhamente se transformou em vitória. Parabéns Mengão por mais esta aula de futebol.

Em tempo: Tenho dúvidas sobre a posição do Pablo Marí quando a bola lhe tocou a mão, no pênalti marcado contra o Fla. É isso.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Vapo

Ele recebe a bola na altura da intermediária de seu time. Acossado, imediatamente devolve ao zagueiro a bola que este lhe entregara. Desfaz-se da companhia de seu marcador e trota em direção ao lateral que ainda não recebeu... agora sim, recebeu a bola. O lateral sem muita demora lhe entrega a bola. Ele deixa que a esfera passe por entre suas pernas e se vira para o campo do time adversário. Mais uma vez um adversário dispara em sua intenção, quer lhe tomar a bola e chega com força. Ele o escora. Corpo do adversário de um lado, a bola do outro... seu olhar neste momento procura por alguém livre, mais próximo à área adversária. Não encontra. Toca a bola novamente a um dos zagueiros. Toca e vai buscá-la. Novamente de posse da bola rompe de sua intermediária em trote mais acelerado invadindo o campo adversário. Os jogadores do outro time parecem hipnotizados. Entre a meia-lua e o meio campo inimigo seus sentidos percebem o movimento de seus companheiros imbuídos em ajudá-lo, seja com a parceria do toque, seja com tomando a atenção daqueles que vão se curando aos poucos do estado hipnótico. Um toque para o lado para receber a bola um pouco mais na frente. Um tapa. Um avanço. O tapa colocou a bola por entre dois adversários em poder de um companheiro. Outro tapa, de seu companheiro, coloca a bola à feição para um chute da entrada da área. Eles se encontram... VAPO.

domingo, 13 de outubro de 2019

O Flamengo de Jesus e o VAR da CBF

O Flamengo de Arrascaeta, Filipe Luís, Rafinha, Éverton Ribeiro, Gerson, tantos outros e, principalmente de Jorge Jesus é tão impressionante, tão devastador e diferente de tudo o que se viu até agora que a Diretoria Rubro-negra atira em si própria, em toda essa galera, nessa campanha sensacional quando publica uma Nota Oficial respondendo à CBF sobre suas insatisfações em relação à atuação do VAR hoje contra o Atlético do Paraná. Entendo que toda essa situação envolvendo o VAR no Brasileiro não deve passar em branco, mas o Flamengo não pode fazer como os demais, tem de ser diferente. A Diretoria do Flamengo deveria aproveitar tudo o que aconteceu hoje para reclamar não da CBF em relação à arbitragem, mas em relação a alguns presidentes de clubes e treinadores que insistem em imputar o sucesso rubro-negro às atuações desastrosas do VAR e da arbitragem como um todo. Isso e nada mais.

O Trem está passando.

TERRA Futebol
Faço aqui uma analogia àquilo que acontece ao futebol brasileiro do retorno da Copa América para cá. Um bonde, melhor, um trem chamado Jorge Jesus.
Arrastava-se o Campeonato Brasileiro em sua mesmice. Um Palmeiras virtualmente campeão - ao menos era o que diziam os entendedores em seus programas esportivos. Programas esses repetitivos em seus pontos de vista analisando atuações do VAR, de alguns árbitros e de alguns técnicos. Times? Não. Apenas o supérfluo do futebol. Aí apareceu neste cenário, em virtude da insistência de um treinador em fazer do caríssimo elenco do Flamengo mais do mesmo, esta novidade chamada Jorge Jesus. 
Tudo continua como antes. Os times jogando à sua costumeira maneira, o Palmeiras "líder", o Santos de Sampaoli envolvente, o VAR, os árbitros... menos o Flamengo. O Flamengo desta locomotiva chamada Jorge Jesus está passando por cima de tudo isso. Tirou 16 pontos do Palmeiras. Passando qual esfumaçante e berrante locomotiva atropelando a tudo e a todos. Todavia, alguns insistem em falar de VAR, de fracassos passados deste treinador totalmente diferente de tudo e de todos, enfim, a mesmice parece continuar nos olhos e ouvidos daqueles que vivem e se envolvem com o futebol brasileiro. 
Minha preocupação reside na perspectiva triste de que tudo o que esse cara trouxe ao campeonato brasileiro e à Libertadores irá passar sem que ninguém ameace tentar entender, copiar, anular. O futebol é meio ingrato. O Flamengo corre risco de ser eliminado pelo Grêmio jogando um futebol extremamente superior, e o que ficará será a fanfarronice de Renato Gaúcho.
Uma pena. O futebol brasileiro merecia melhores analistas dentro e fora dos campos. Alguém que subisse nesse trem e estendesse as mãos aos demais. Talvez assim nós mudássemos de patamar, ao menos na América do Sul. Vamos ver.