segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Internacional x Flamengo, Coudet x Dome, uma visão desconexa.

 

Internacional e Flamengo fizeram um jogo espetacular ontem no Beira-rio... Sim, fizeram. Os programas esportivos de hoje juntaram as campanhas de Flamengo, Internacional e Atlético MG para discutirem acerca de seus treinadores. Quem faz melhor trabalho? Quem tem mais a evoluir? Discussões calorosas – citarei aqui o Linha de Passe -, questionaram o trabalho de Sampaoli, entregaram paciência e dedicaram o sucesso ao elenco de Dome e, idolatraram o trabalho de Coudet. Sim, claro, obvio, a atuação do Inter ontem teve muito a ver com o carinho dedicado ao treinador argentino, como se seu trabalho no time gaúcho tivesse o padrão de jogo implementado ontem e, fosse o padrão Internacional de jogar futebol. Vamos lá.

Em meu modesto entendimento de futebol – sim, puxarei a sardinha para o Flamengo, claro! – mas, em minha visão o Internacional sim, esteve bem armado o tempo inteiro. (“ “). Para que essas duas aspas? Para você colocá-las antes e depois de “bem armado”. Vi o Internacional jogando em duas espécies de retrancas como única solução para disputar o resultado do jogo com o Flamengo, senão vejamos.

O Inter partiu para uma marcação cerrada e absurda no campo do Flamengo, mais precisamente na saída de bola do Flamengo. Falhas individuais de jogadores rubro-negros deram dois gols ao Internacional e, esta marcação colheu os seus frutos. Perceba que me referi à tática colorada como uma tática de marcação acirrada. Independentemente de onde se deu essa marcação, ainda assim estou me referindo a um sistema de marcação e não de criação de jogadas e nem imposição de estilo e posse de bola ao seu adversário. O Inter fez uma retranca avançada, dura e marcou o Flamengo dentro da área de saída de bola do rubro-negro. Marcação. Tomaram duas bolas próximas ao gol adversário... dois gols.

O que vimos no segundo tempo? Vimos um time com 77% de posse de bola, doze finalizações contra duas do adversário e trezentos passes trocados no campo do adversário, no estádio do adversário, no Estado do adversário, contra sessenta e seis. Um massacre! Por quê? Porque a retranca do Internacional deixou o campo de saída de bola do Flamengo e se locomoveu para a entrada da área colorada. (“ “). Para que essas duas aspas?  Ora, para você coloca-las no início e no final da palavra "retranca". Sim, não para questionar essa retranca, mas para acentuá-la. O Internacional do excelente trabalho de seu treinador se comportou como um São Cristóvão qualquer e passou a jogar pelo relógio ou por uma bola pouco provável neste segundo tempo tão extenuante e desesperado para as intenções do Internacional e, para o trabalho de seu treinador tão elogiado.

Lembremos que todo esse esforço colorado se deu diante de um Flamengo sem Bruno Henrique, Gabigol, De Arrascaeta, Diego e Rodrigo Caio. Talvez a presença do zagueiro na  ao lado de Nathan, do jovem Nathan, não tivesse permitido tantos frutos à retranca adiantada de Coudet, o melhor treinador do Brasileiro de 2020 para muitos comentaristas esportivos que não conseguem enxergar nada além daquilo que lhes pareça óbvio. O jogo foi espetacular, a atuação do Flamengo, idem. A atuação do Inter foi comum para abaixo da mediocridade, a de seu treinador...

Beira-Rio... O que aconteceu?

😞


 Internacional e Flamengo fizeram o que alguns julgam ter sido o melhor jogo do Brasileiro 2020 até aqui. Sim. Não. Sinceramente, não sei. Flamengo e Atlético também fizeram excelente partida na qual uma infelicidade decidiu pelo vencedor, pelo perdedor. O que vimos no Beira-rio e que não vimos no Maracanã naquela derrota rubro-negra para o Galo?

Vimos um Internacional que, ao contrário daquele Atlético, forçou o Flamengo aos seus erros. Erros, sim, individuais que decidiram pelo resultado final da partida no Beira-rio. Decidiram pelo 2x2.

O Internacional adiantou suas linhas e abafou a saída do Flamengo, até aqui eficaz. Eficaz nas mãos de Dome como foram eficazes nas mãos de Jesus (por que lembro daquele pelo qual peço o esquecimento?). As linhas do Inter não só se adiantaram, mas sabiam como adiantar a marcação, anulando qualquer saída que não fosse sobremaneira arriscada. O Flamengo arriscou. Arriscou como no gol que fez logo em seguida ao 1x0. Mas, nas duas primeiras tentativas de sair com Isla... o Flamengo falhou. O sistema falhou coadjuvado com honras pelos dois defensores rubro-negros: Isla e Gustavo Henrique.

Aliás, um parágrafo para a atuação de Gustavo Henrique, para suas atuações no Flamengo até aqui. Que jogador sem sal, sem aparente disposição e gana para disputar as jogadas que disputa. Rodrigo Caio na jogada em que Gustavo errou teria visto Felipe Luís sozinho na lateral esquerda de mãos levantadas, pedindo a bola. Gustavo não viu. Rodrigo não tivesse visto teria metido um bico na bola no sentido de seu nariz sem maiores delongas. Gustavo não fez isso... Gol do Inter.

Depois desse primeiro tempo levado a toque de falhas, seguiu-se um segundo tempo mais adequado a um Internacional x Flamengo. Posse de bola incrível e díspar, finalizações uma atrás da outra, bola na trave, zagueiro tirando a bola sobre a linha, bola tocando a mão de zagueiro... um massacre. Um segundo tempo como serão os dois tempos no jogo de volta no Maracanã. Um segundo jogo onde nem Inter e nem Flamengo deverão estar desfalcados como hoje e, aí... bem, aí o resultado provavelmente será diferente. Este empate, ruim para o Inter, pelas circunstâncias do jogo, foi ainda pior para o Flamengo, pelas mesmas circunstâncias.


domingo, 25 de outubro de 2020

Dome...dome.

 

Site Oficial do Flamengo

Impressiona-me o modo como a imprensa e alguns torcedores tratam a performance de Domenéc Torrent diante do elenco do Flamengo. Diante do elenco, do tempo que teve para implementar sua filosofia de jogo... do tempo que tem. Não fosse nenhum esse tempo, ainda assim, teriam os céticos e os otimistas a obrigação de levarem em consideração os percalços pelos quais esse elenco do Flamengo passou até aqui e vem passando, com dificuldades já vislumbradas para o “ali na frente”. Convocações, lesões, competições em profusão uma por cima da outra.... Lembrando sempre que não importarão a essas pessoas as vitórias, mas sim as derrotas que certamente ocorrerão, pois ocorrem a qualquer time de qualquer lugar deste planetinha de meia-tigelaDome tem a seu favor apenas o fato de que seu elenco já passou pela famigerada Covid-19, a gripezinha, como diz o retardadinho. Aliás, passou com louvor e muitos pontos conquistados. Sim, tomou um cinco a zero, mas a vida segue e o Flamengo segue firme em seu desejo por mais uma Libertadores e por mais um brasileiro. O título deste post pede que Domenéc dome de alguma forma essas opiniões que batem de frente, muitas vezes negando, o seu sucesso. Mas, aqui no finalzinho de meu texto vai uma outra orientação ao catalão: ignore aqueles que pedem para serem dobrados. Eles não sabem o que dizem.