Internacional e Flamengo
fizeram um jogo espetacular ontem no Beira-rio... Sim, fizeram. Os programas
esportivos de hoje juntaram as campanhas de Flamengo, Internacional e Atlético
MG para discutirem acerca de seus treinadores. Quem faz melhor trabalho? Quem
tem mais a evoluir? Discussões calorosas – citarei aqui o Linha de Passe -,
questionaram o trabalho de Sampaoli, entregaram paciência e dedicaram o sucesso
ao elenco de Dome e, idolatraram o trabalho de Coudet. Sim, claro, obvio, a
atuação do Inter ontem teve muito a ver com o carinho dedicado ao treinador
argentino, como se seu trabalho no time gaúcho tivesse o padrão de jogo
implementado ontem e, fosse o padrão Internacional de jogar futebol. Vamos lá.
Em meu modesto entendimento de
futebol – sim, puxarei a sardinha para o Flamengo, claro! – mas, em minha visão
o Internacional sim, esteve bem armado o tempo inteiro. (“ “). Para que essas
duas aspas? Para você colocá-las antes e depois de “bem armado”. Vi o Internacional
jogando em duas espécies de retrancas como única solução para disputar o resultado
do jogo com o Flamengo, senão vejamos.
O Inter partiu para uma
marcação cerrada e absurda no campo do Flamengo, mais precisamente na saída de
bola do Flamengo. Falhas individuais de jogadores rubro-negros deram dois gols
ao Internacional e, esta marcação colheu os seus frutos. Perceba que me referi
à tática colorada como uma tática de marcação acirrada. Independentemente de
onde se deu essa marcação, ainda assim estou me referindo a um sistema de
marcação e não de criação de jogadas e nem imposição de estilo e posse de bola
ao seu adversário. O Inter fez uma retranca avançada, dura e marcou o Flamengo
dentro da área de saída de bola do rubro-negro. Marcação. Tomaram duas bolas
próximas ao gol adversário... dois gols.
O que vimos no segundo tempo?
Vimos um time com 77% de posse de bola, doze finalizações contra duas do
adversário e trezentos passes trocados no campo do adversário, no estádio do adversário, no Estado do adversário, contra sessenta e
seis. Um massacre! Por quê? Porque a retranca do Internacional deixou o campo
de saída de bola do Flamengo e se locomoveu para a entrada da área colorada. (“
“). Para que essas duas aspas? Ora, para
você coloca-las no início e no final da palavra "retranca". Sim, não para
questionar essa retranca, mas para acentuá-la. O Internacional do excelente
trabalho de seu treinador se comportou como um São Cristóvão qualquer e passou
a jogar pelo relógio ou por uma bola pouco provável neste segundo tempo tão
extenuante e desesperado para as intenções do Internacional e, para o trabalho
de seu treinador tão elogiado.
Lembremos que todo esse esforço
colorado se deu diante de um Flamengo sem Bruno Henrique, Gabigol, De
Arrascaeta, Diego e Rodrigo Caio. Talvez a presença do zagueiro na ao lado
de Nathan, do jovem Nathan, não tivesse permitido tantos frutos à retranca
adiantada de Coudet, o melhor treinador do Brasileiro de 2020 para muitos
comentaristas esportivos que não conseguem enxergar nada além daquilo que lhes pareça óbvio. O jogo foi espetacular, a atuação do Flamengo, idem. A
atuação do Inter foi comum para abaixo da mediocridade, a de seu treinador...