quinta-feira, 11 de novembro de 2021

O Preço da Libertadores

Quanto custaria ao Flamengo o tri da Libertadores da América ? Depende. 

Comebol
Coluna do Fla








O Flamengo de 1981 venceu a Libertadores e capitalizou não só os valores monetários decorrentes da conquista, mas também a felicidade de uma nação inteira e a certeza de que os anos vindouros seriam de mais prazeres que dores e vergonhas. E assim foi. A responsabilidade daquela segurança advinha única e exclusivamente do talento, do nível dos jogadores que compunham aquele escrete. Zico, Júnior, Leandro, Adílio, Tita, Mozer... nossa uma companhia não apenas selecionável, mas genial! Coletes ao alto e quem os pegasse poderia entrar em campo porque o resultado seria o mesmo. Vitórias, empates ou derrotas com muito suor por parte do adversário. 

O Flamengo de 2019 conquistou o bi da Libertadores de forma ainda mais avassaladora que o time de 1981. Sim, isso é verdade! O time de 81 encantava pela genialidade dos jogadores e o entrosamento natural àqueles que se olham e se entendem apenas porque comungam num mesmo nível de uma mesma arte. Em 2019 não era assim. O time, ao contrário da equipe, do elenco de 1981, dependia em medida desproporcional de seu treinador, seu técnico: Jorge Jesus. O time de 2019 impunha um poder, um domínio sobre os adversários que nós não víamos nos Flamengos da década de 80. Era uma imposição tática. Claro, imposições táticas não ocorrem com elencos razoáveis ou inferiores. O elenco de 2019 também era feito de jogadores inteligentes. Todavia, não geniais. No time de 2019 não havia um um Tita, muito menos um Zico. Na defesa... um Junior não havia, muito menos um Leandro. No time de 2019 existia um Jorge Jesus - Coutinho, Carpegiani, Carlinhos e Carlos Alberto não chegavam aos pés da capacidade do Português de comandar e tirar o melhor de um elenco. Estamos chegando ao valor de uma Libertadores, da Libertadores de 2021. 

O Flamengo de 2021 está às portas de mais uma conquista de Libertadores. Já esteve com um pé dentro desta porta. Alguns diziam que com quase dois pés. Entretanto, aos poucos e mesmo sem a disputa acontecer, o Flamengo já tirou meio pé, um pé inteiro... e aos olhos destes mesmos entendidos que quase lhe entregaram o troféu antecipadamente está se afastando da entrada da porta que o levaria ao tri da competição. O elenco...? Não é composto dos geniais jogadores da década de 80. O elenco é quase o mesmo de 2019, recheado luxuosamente de novas opções para o ataque, para o meio campo e para a defesa. Lembrando que o Flamengo de Jorge Jesus, sem esse luxuoso recheio, perdeu apenas quatro partidas em um ano e quatro meses. O Flamengo de 2021 não é comandado por Jorge Jesus, mas por Renato Gaúcho.

O Flamengo de Renato Gaúcho é o Flamengo que já tirou os dois pés e o próprio olhar da Copa do Brasil, do Brasileiro e se prepara para deixar para trás a Libertadores. Um feito inédito. O Flamengo tem um aproveitamento de 100% em finais de Libertadores. Renato Gaúcho, que aparentemente contou no início de seu trabalho no Flamengo com a dedicação de seu elenco e uma memória afetiva dos tempos de Jorge Jesus, já demonstrou não ter a menor condição de fazer do Flamengo um time capaz de impor uma qualidade tática superior aos seus adversários. Pelo contrário! O Flamengo de Renato Gaúcho foi dominado taticamente por Fluminense, Cuiabá, Atléticos Paranaense e Mineiro e até pela Chapecoense! O Flamengo de Renato Gaúcho que já entregou o Brasileiro e a Copa do Brasil nos promete um terrível e assombroso 2022. Por isso essa Libertadores tem um preço estampado no uniforme do Flamengo como se fosse uma etiqueta de preço. 

Se a conquista dessa Libertadores mantiver Renato Gaúcho no comando deste caro e excelente elenco, o Flamengo terá um 2022 repleto de fiascos e jogos nos quais o Flamengo poderá ser dominado e humilhado taticamente por seus adversários. Por isso amigos, vencer a Libertadores pode não ser um bom negócio, inclusive monetário, para o Flamengo. 

 

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