MELARAM A PELADA!!!

Esse título, com duplo sentido dos mais fajutos, serve às minhas intenções de manter-me com os pés fincados na CID, Cova das Insatisfações Desportivas. Não pense o Sr Vanderlei Luxemdunga que o resultado de ontem foi totalmente satisfatório.

O time do Botafogo não existe. O Flamengo está, ou deveria estar, se utilizando do Carioca para fazer um time que entre para disputar com enormes chances o Brasileiro, a Copa do Brasil e a Sul Americana.  Algum rubro-negro está certo de que o desempenho do time até aqui é capaz de nos dar essa tranquilidade? Para se ter uma ideia do adversário de ontem do Flamengo... O Mengão venceu o Glorioso com mais facilidades do que venceu todos os times pequenos que vencera até a partida de ontem.

Sim, foi sem dúvida a melhor apresentação do Mais Querido até aqui, mas mesmo assim há espaços para críticas e, em virtude do investimento, sugiro que o oba-oba se aquiete para que possamos criticar.

A zaga do Mengão ainda bate cabeça. Leo Moura anda meio tímido, muito bem marcado que é em todas as partidas. O.. O não, A, lateral esquerda ainda carece de seu ocupante. O amigão Alvim é muito esforçado, muito esforçado, mas depois que inventaram o "foi mal hein!" nunca mais ficou bom. O cara erra até lateral, está sempre se lamentando. Do meio para frente as coisas melhoraram e não serei eu a ficar dando murro em ponta de faca, quando o time do meio campo para frente se transforma numa faca com ponta.

Luxemburgo abusa e sua sorte ao manter Negueba no banco e insistir, como aparentemente única solução, com as entradas de Diego Maurício e o exuberante Fierro.  Ontem, quando o Fogão colocou suas pequenas unhas de fora, ao invés de vermos Negueba correndo de um lado para o outro em busca de aquecimento, vimos Fierro. Puxa, isso, para quem gosta de um futebol bem jogado (e caro), é o fim da picada!

O Jogo

O Flamengo deu um show de pragmatismo tático no Fogão de deixar Einstein de língua pra fora e olhos esbugalhados. Acabou com as pretensões de Joel Santana, quer dizer, de Caio Potter Jr - é que o Botafogo insiste tanto naquele negócio de chuveirinho para a área que.... Ah, fiz confusão!! Mas, raríssimas exceções onde o lateral conseguia efetuar o balão em direção à área rubro-negra, o Botafogo ficou amarradinho, todo enquadrado, vendo o Mengão tocando a bola. O problema era que esses toque eram do Maldonado para o Williams; do Williams para o Renato Abreu, deste para o Rodrigo Alvim e deste para algum jogador do Botafogo. Por isso minha irritação e o placar minúsculo.

Deivid.... Deivid... Deiv.. Ah, o que podemos dizer de Deivid além de ficarmos horas e horas repetindo seu belíssimo nome? Nada! O cara simplesmente não jogou. Não abriu espaços, não se utilizou dos espaços abertos pela marcação alvinegra que mirava Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho, não chutou a gol, enfim, um 9 à esquerda. Estava aqui pensando... Negueba costuma cair pelos flancos cruzando bolas na área; talvez Negueba ajudasse mais Deivid... Deivid...

Os gols do Mengão saíram como poderiam não sair. Não que o Fogão fosse capaz de impedí-los, mas os caras do Flamengo cercam e não machucam. Nossa sorte é que temos o estonteante Thiago Neves.

Confesso que não queria esse tricolor vestindo o Manto Sagrado, mas se ele tivesse os dentes grandes, cabelo rastafari, pele morena, um grupo de pagode e gostasse de baladas... Já estaria na Seleção Brasileira faz tempo. Está jogando demais o Thiago Neves! Joga para ele, joga para o time, joga pelo Gaúcho, enfim, o cara está carregando o Mengão nas costas. A Diretoria do Flamengo mirou no que viu e acertou o que não viu. Sorte a nossa.

O Botafogo precisa melhorar muito para brigar pelo rebaixamento no Brasileiro. Não existem jogadas e nem poder de infiltração na zaga adversária senão a bola alçada na área. O Flamengo apertou a marcação nos laterais e a jogada desapareceu. É muito pouco para quem precisa defender seu título de Campeão Carioca. À continuar nesta toada, descerá sem brigar. Caio Jr precisa de reforços urgentes, para que tenha tempo de entrosá-los ao seu programa de jogo e aos próprios companheiros. O simples retorno de Maicosuel não será suficiente para uma melhora sustentável.  Uma nova chance a Jobson, um meia esquerda com habilidade de criação - dizem que Bernardo que hoje arrebenta no Vasco foi oferecido à Diretoria do Fogão, mas esta Diretoria de Vanguarda... não o quis não. A defesa do Glorioso também deixa a desejar. A dupla de zaga se apertada cede sem fazer beicinho e os laterais não existem. No meio campo há o excelente Marcello Matos e o coringa Somália, não há nada mais. Abra o olho Fogão!!!

Foi um jogo bom, apenas isso. Comentei no espaço cedido pela Rádio Tupi em suas transmissões que quando a Pelada do Alto da Boavista atinge o nível que atingiu o jogo de ontem, nós à paramos, tiramos o colete e partimos direto para o cervejal. Banho!!? Que banho!!!

Fluminense 5 x 1 Americano



Os vinte primeiros minutos me fizeram correr ao micro-ondas e lançar nele uma de minhas pipocas amantegadas favoritas. Pensei: Nossa, a diversão hoje será das boas.

O Americano jogava de Americano e o Fluminense jogava de Cabofriense. Jogo duro para os tricolores, pareciam entregues, sem tesão. 

Mas aí abateu-se sobre o time de Campos a síndrome do time pequeno. Eles viram aquele gigante ali, adormecido, sem querer nada com a hora do Brasil... Eles foram lá e meteram o 1 x 0... Continuaram para fazer outro? Não! Começaram a tocar a bola para o ladinho de lá, para o ladinho de cá. Um jogador caía ali, o outro aqui... O gigante foi se aborrecendo e começou a jogar. Bastou o Fluminense jogar cinco minutos de Fluminense e o jogo foi virado: 2 x 1 muito rápido. 

Do segundo  gol em diante foi o passeio que se espera ver quando se enfrentam o Campeão Brasileiro e o melhor time de Campos.

Tomara que esta goleada funcione como uma sacudidela no Fluzão e que ele vá com a moral erquida em busca de seu milagre.