terça-feira, 4 de junho de 2013

Flamengo, Fluminense e a Seleção Brasileira

Pois bem, eu que tenho como praxe sumir e aparecer por aqui tentando tirar outros atrasos, encontro-me aqui novamente para cumprir a minha sina. Estive fora a semana quase toda, mas pude acompanhar todas as desgraças que assolaram monitores LED's ou não, em 3D, 2D e 1D mesmo, enfim, inclusive nos radinhos de pilhas e outros veículos de comunicação menos expressivos. Flamengo, Fluminense, Flamengo e Seleção Brasileira, tudo nesta desordem.

Flamengo 0 x 2 Ponte Preta
A exemplo do Sílvio Santos, eu não assisti a esta partida. Estava em trânsito, melhor, em transe com minha patroa à tira-colo desfrutando da saborosa noite carioca. Mas...

Olímpia 2 x 1 Fluminense
... enquanto desfrutava na noite carioca tive a oportunidade de assistir a Olímpia e Fluminense. Melhor sair assim do que de maneira mais dramática num jogo em casa, ou numa traulitada fora dos domínios Tricolores. O Fluzão, através das consciências apaixonadas de seus inúmeros torcedores, sabe muito bem que o time não estava com bagagem para aniquilar neste ano este incômodo tabu de jamais ter vencido uma Libertadores da América. Ao contrário do que pensam as apaixonadas consciências tricolores, Abel Braga não possui dois times em suas mãos e mente para tratar a Libertadores com o respeito que a competição merece. Deco, Thiago Neves à meia-boca, Fred idem e outros inconvenientes, como a fraqueza de uma zaga alucinada, não permitiriam ao Fluminense, por exemplo, derrotar o próximo adversário que teria após a desastrosa tentativa de excomungar os paraguaios do Fla-Olímpia. O Galo Mineiro depenaria as intenções Tricolores aqui e acolá. Melhor assim, sair com aquele gostinho de ter sido roubado - e acho até que foi mesmo. 

Atlético/PR 2 x 2 Flamengo
Este jogo eu assisti em Terras Pernambucanas, onde  gozava - e este verbo no passado me traz enormes saudades -, mas onde eu gozava em águas límpidas, peixinhos coloridos, moquecas cheirosíssimas, céus azuis, lençóis macios e bugres enlouquecidos. Sim, foi o único momento do feriado prolongado no qual minha mente e meu coração deixaram o paraíso para descerem à porta do vestiário rubro-negro na intenção da cabeça de Jorginho. O cara não sabe escalar, não sabe substituir e não sabe que o lugar dele é no América ou na seleção do Dunga. No Mengão é que não é! Ninguém conseguirá enfiar em minha cabeça que não há um caroço bem fedorento debaixo desse angu que escala Carlos Eduardo e Gabriel como titulares deixando Rodolfo e Renato Abreu de fora dos onze que entram jogando! Caramba! Isso sem contar com o irritante desentrosamento de uma time que, por praticar a arte da eliminação precoce, está sempre treinando, treinando e treinando. Jorginho deveria deixar o ofício de ser treinador do Flamengo e ir pastorear ovelhas pelos demais cantos do mundo que não o bairro da Gávea. 
Todos os adversários que enfrentaram o Flamengo de Jorginho, seja ele Atlético/PR, Fluminense ou Resende jogaram melhores que o Mengão. A camisa tenta, mas não irá salvar em todas as necessidades. Até porque a Camisa do Flamengo também deseja que aqueles que à vestem tenham no mínimo um pouco de competência para jogar futebol. Há jogadores no elenco e no time do Flamengo que não têm condição alguma de vestirem o Manto Sagrado! 
O Flamengo de Jorginho tomando de dois do fraquíssimo Atlético do Paraná, Muricy Ramalho sendo despedido do Santos... puxa, viajei na maionese - mas o clima e o local me propiciavam este deleitoso devaneio - eu estava no Recife!, mais precisamente em Porto de Galinhas -, mas o Renato Abreu tinha mesmo de fazer aquele gol e lavar a alma pelo desastre da quarta-feira passada... Puxa... Não, não estou torcendo pelo pior para o Mengão, mas teimo em procurar sempre o lado clean da força. Lembremos todos em oração que o Flamengo Campeão da Libertadores e do Mundo foi fecundado após vexatória goleada sofrida por nós para o Grêmio de Porto Alegre. Bem, agora é esperar o que pode acontecer diante do Náutico. Aliás, Náutico, Recife...

A Torcida do Flamengo
Em minha estada em Terras Pernambucanas e Terras Alagoanas pude testemunhar o tamanho da Maior Torcida de Todas as Torcidas. Não este testemunho não foi dado através da telinha da Globo que nos mostrou a Torcida do Flamengo maior que a Torcida do Furacão em plenas Terras Furaquenses. Testemunhei in loco - um pleonasmo? Não sei. Mas eu estava lá e, além de ver umas quinze ou vinte camisas do Flamengo circulando pelos locais por onde passei - além é claro das cinco que levei comigo -, ainda entrevistei alguns locais que trajavam camisas normais e, vieram a mim dizendo-se rubro-negros de quatro costados (rubro-negro só existe o Flamenguista, o resto copia piratinamente a alcunha). 
Sim, indaguei de maneira distinta e inocente a todos: 
- Você é mesmo rubro-negro ou o Flamengo é o seu segundo time? 
- Vixe, sou é Mengão moço! Eu não, meu pai, maínha, Valdivino (o irmão) e todo mundo lá em casa. 
Conversas semelhantes com todos com os quais tive contato verbal. Essa vertente usada pela oposição arcoirística que diz que o Flamengo é sempre "um segundo time" dos nordestinos é mais furada que peneira. Os cara são torcedores do Flamengo e o dizem com um enorme orgulho já no início do tom de suas vozes. "Vixe, sou é Mengo!"
Para não dizer que não mencionei os espinhos... Vi duas camisas do Corinthians, uma no Palmeiras, uma do Botafogo, outra do Fluminense, mais uma do Náutico, umas três do Spor e, umas dez do Santa Cruz. Mas a maioria...

Brasil 2 x 2 Inglaterra (Reservas)
Felipãoe Jorginho se assemelham na perdição que os abraça. Assim como o Flamengo, a Seleção Brasileira parece mais perdida do que cego em tiroteio. Mal escalada e na hora das substituições... uma lástima. Lucas no banco pra Hulk não existe! Luiz Gustavo é muito bom, uma grata surpresa para quem não o acompanhava, mas Hernanes é de uma nível diferente. Fred faz os gols... mas fica paradão lá na frente parecendo centro-avante de pelada society. Uma Seleção Brasileira desarrumada, sem entrosamento e jogadas ensaiadas. Ficou fácil para a Inglaterra entender que vencer aquele jogo não seria tão difícil quanto podiam imaginar antes da bola rolar. 
A cada jogo da Seleção a sensação de entrosamento e a confiança deveriam chegar juntas ao imaginário popular, aos nossos corações, mas o que se vê depois de cada partida é justamente o contrário. Como esta Seleção Brasileira se comportará diante de uma Seleção Italiana num jogo valendo uma classificação? Não quero nem ver! 
Dizem que muitas coisas relacionadas ao futebol são imagens refletidas do que acontece na sociedade como um todo. A violência, a desorganização, a falta de respeito com o cidadão, enfim, encontramos estas mazelas no dia-a-dia e dentro dos estádios. Mas o Brasil de outrora, dentro do campo, fugia à essa regra. A Seleção Brasileira fazia o país parecer dar certo e costumava encher de orgulho o coração de todos os brasileiros e, encher de entusiasmo os olhos e as mentes de todos os que a viam jogar. Os estrangeiros não entendiam como jogávamos tão bem. Hoje, assim como acontece em nosso cotidiano, somos desrespeitados pela nossa própria Seleção. A CBF conseguiu poluir o outrora intocável Futebol Brasileiro. Intocável e apaixonante. Quem fica apaixonado hoje com as jogadas dos jogadores de nossa Seleção? Alguns jornalista reclama ao verem meninos vestindo a camisa do Barcelona e não a do Flamengo, ou a do Corinthians, ou a do Vasco. Cuidado, a Copa é aqui. Não me surpreenderei se, após o fiasco que se anuncia, as camisas da Espanha e da Argentina se esgotarem nas lojas de material esportivo. Ricardo Teixeira, com a aquiescência de todos os Governos que atravessou é o principal responsável por tudo isto. Hoje nosso país está sendo entregue nas mãos de bilionários que pensam única e exclusivamente em abarrotarem seus cofres já cheios com mais e mais e mais. Nem o "Maraca é mais nosso". Esse Governo do PT, que vendeu tantas ilusões em suas lindas ideologias, vez o que temíamos que fizessem os que antes governavam por aqui desde os anos de 1500. O país está nas mão da iniciativa privada e, o povo, bem, o povo ficou sem a iniciativa. Se pudesse contar ao meu avô que aconteceu no país dele...

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