De Gaulle um dia disse não se
tratar o Brasil de um país sério. Lagostas à parte – parece que à época um
entreveiro entre o Brasil e França por
conta dos crustáceos extraiu essa pérola do então presidente francês – mas, ele
identificou naquela ocasião que o Brasil não seria um país sério. De lá para
cá, até momentos antes da pandemia do Coronavírus, realmente esta República de
Bananas fez por onde e, com galhardia, merecer à alcunha que recebera. Mas...
por que fizemos jus a nossa infame característica até um pouco antes da
explosão pandêmica da Covid 19 e hoje o mundo nos vê com outros olhos? Porque depois disso, depois do primeiro
óbito e até o último (e contando) nossa graça foi para o espaço. Junto a pandemia
tivemos a praga mórbida de ter como presidente uma figura como Jair Bolsonaro,
aterrorizantemente acompanhado por ministros e asseclas da mesma espécie. Descobrimos
também entre nós, entre nossos amigo e parentes, pessoas que coadunaram e
coadunam até hoje com os mesmos preceitos, conceitos, pensamentos. Isso mesmo, não
olhe para cima, essas pessoas estão ao nosso lado diariamente. Não vem do céu
nossa maior desgraça, Não que o Brasil tenha se transformado num país sério,
longe disso, ainda somos motivos de galhofa, mas De Gaulle já teria repensado
sua frase desde então, desde o início da pandemia.
Produzimos mais de 650 mil mortos
e trabalhamos duro para produzirmos ainda mais. Seja na esfera oficial, por
parte dos governos federal, estadual e municipal, seja por cada indivíduo que
insiste em ignorar o momento pelo qual passamos. O governo federal não quer
vacinas e os outros dois estão preocupados com o Carnaval. Na esfera individual,
observo aqui em meu pequeno universo pessoas sem máscaras, sem cuidados com a
higiene pessoal, desprezando o lavar de suas mãos, assim como o álcool em gel;
convivendo em ambiente fechado mesmo que tossindo ou espirrando em demasia....
impressionante! Hoje não temos como principal característica em relação ao
mundo e, em relação a nós mesmos, o aspecto engraçado, galhofeiro, meio burros
e ignorantes como alguns personagens de Oscarito e Grande Otelo.... Hoje, em
relação ao todo, somos sim ainda tontos e incapazes, mas somos acima de tudo e
de todos, macabros, fúnebres assassinos quase involuntários de nós mesmos. Isso
não tem graça.