sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A Torcida que mais cresce nesse mundão de meu Deus!

Vinte e nove de Setembro de 2011, 06:40.
Santa Rosa, Niterói...

Não senhores, não é Black, não é Arquivo X, não é 007 e nem nada parecido. Apenas estou atestando aqui que neste dia, nesta hora e neste local, expostos acima, a Torcida do Flamengo, a Maior do Mundo, ganhou mais um hiper-adepto: João Victor, o primeiro hum, hum.. Neto deste que vos escreve. Sabem, tipo o Raí assim?

Eram 06:50 da manhã desta quinta-feira inesquecível para uns, interminável para outros e que não fede e nem cheira para uns e outros. Sim, eu cheguei tarde, ou como prefere dizer o meu chefe que ainda devia estar dormindo àquela hora, cheguei atrasado. João Victor, o meu neto, filho do meu filho, dormia o sono dos justos - dormia profundamente. Adentrei ao Berçário. Em silêncio caminhei em direção ao seu berço, uma  espécie de redona onde ele iria ficar por duas horas. Disse-me a enfermeira que o procedimento era necessário para aquecer o menino. Pensei (sim, eu penso): Puxa, será que dentro daquele cafofo, ou daquela cafofa, estava tão frio assim? Bem, se ele saiu do quente e a situação esfriou ao ponto de ser obrigado o uso daquela bela e quente jaulinha de vidro, que alguém desligasse o ar! Ah, isso não nos interessa. Interessa que eu estava a caminho do berço do pequeno rubro-negro. Alcancei o berço sem fazer ruídos. Havia umas quinze redomas semelhantes a que aquecia meu neto e todas estavam cheias, talvez nçao de rubro-negros, mas certamente, e se for a vontade Dele, de netos. Silenciei meus movimentos e passei a observar o menino. Observei a todos - o sono era a moda no ambiente, inclusive o meu.
Em silêncio mortuário, no local onde a vida se manifestava, saquei de debaixo de um dos braços um pequeno embrulho. Sem fazer um ruído de Sonho de Valsa qualquer expus a todos o objeto que justificava ali a minha presença. Um pequeno uniforme do Flamengo - iludi-me achando que o outro avô, vascaíno, permitiria que nosso neto saísse vestido com o Manto Sagrado da maternidade. Mas essa guerra está apenas começando e não vem ao caso. Vem ao caso o que ocorreu a partir daquele instante em que um pequeno ato transformou-se mesmo num "caso".
Em contínuo silêncio minhas mãos conduziram a bela vestimenta ao pé da redoma, do berço. Não embaixo do berço, em cima, na lateral, onde ficavam os pés de João Victor. Fiz tudo no mais mudo dos silêncios, não queria acordar aquela turminha normalmente barulhenta. Quando minhas mãos finalmente se desprenderam do pano percebi que os olhos de meu neto estavam abertos e me encaravam. Ele mantinha seu ar chateado, aborrecido com os novos elementos em sua vida - refiro-me aos elementos naturais, diferentes para ele a partir do parto. João Victor me fitava. Os outros bebês, para minha satisfação e alegria mantinham-se de olhos fechados, supostamente satisfeitos. Meu neto não. João me olhava e por um instante, num movimento quase mágico, conduziu seu olhar ao presente que seu avô lhe deixava. Olhou o presente por quase um minuto. Olhou para mim, olhou para o presente e, acreditem vocês, homens e mulheres de pouca fé, se quiserem óbvio. João Victor, em voz grave e aborrecida, apesar de um leve tom de satisfação, enquanto seu olhar se deslocava entre o Manto Sagrado e meu espanto, disse: Puxa vovô, vai adivinhar assim lá na casa do cara... A enfermeira entrou em natural rompante. João Victor sorriu, fechou os olhos e voltou a dormir.
Vejam a cara do safadinho ainda fingindo dormir.

3 comentários:

Orlani Júnior disse...

Fala, Visão!

Parabéns, vovô!

Deve ser uma emoção ímpar mesmo.

Que venha mais um belo e fanático rubro-negro no mundo, com muita saúde e títulos! hahahahaha

Se foi no hospital Santa Marta, meu irmão caçula também nasceu lá.

SRN

Alan disse...

Belo texto. Parabéns pelo netinho... Mas será rubro negro? Sei lá, vai que ele se apaixona por três cores... rs.

Abs!

Visão Desconexa disse...

E aí rapaziada!!

Só assim compreendi o que meu filho fazia quando faltava as peladas para as quais eu o convidava... Meu Deus do Céu!
Obrigado aos dois pelos parabéns. Sinto-me meio estranho. Fosse um avô normal estaria me sentindo completamente estranho, mas noutro dia estava trocando fraldas de uma rubro-negrinha semelhante a este - tenho uma filha de 2 anos e meio, então... Tenho é conselho para dar, isso eu tenho. Se adiantam... tirem sua conclusões. rsrsrs

Grandes abraços (por isso estava meio afastado, mas agora que ele já nasceu, me afastarei completamente. rsrsr brincadeira!)