Divino, o Fred é o Cara!

Parafraseando o maior comunicador da TV Brasileira, depois de Abelardo Chacrinha Barbosa, e mentor do Uruguaiana Street Shopping, Sílvio Santos, sou obrigado a dizer que não vi o jogo. Veria, mas minha mente brilhante pagou a fatura de Novembro da NET em detrimento da fatura de Outubro. Protocolos para lá, descontentamentos para cá, fui obrigado a ver o Botafogo sucumbir diante do ex Lanterna Verde, ao invés de vidrar meus olhos num dos melhores jogos deste campeonato brasileiro (segundo relatos ufanistas e nem tanto). Fluzão 5 x 4 Grêmio. Vi os gols de Fred e isso foi suficiente para me fazer sentir que perdi um jogaço.

Não sei se a surpresa foi o Fluminense, que no episódio anterior havia sido deprimentemente abatido pelo Lanterna Verde, ou o Grêmio, que este ano não tem mais nada o que fazer a não ser ficar perturbando a vida de quem ocupa os lugares mais altos da tabela. Não vi o jogo e não posso dizer o que aconteceu na verdade. Não vi, AINDA, pois verei uma vez que minha vida com o PPV já foi devidamente regularizada. Mas sei quem viu e logo, logo, relatos emocionantes aparecerão por aqui.

Vi mais um deprimente episódio da Saga do Lanterna Verde. Sim, nosso herói venceu novamente. Não com tanta facilidade como no episódio anterior, mas ainda assim com categoria e certeza de que no final o herói acabaria mesmo vencendo.  Como nos filmes de super heróis que se prezam o nosso Lanterna Verde começou por cima da carne seca. Dominava o inimigo e lhe aplicava golpes que minavam aos poucos sua resistência. O inimigo, no caso o Botafogo de Futebol e Regatas, ex time do nosso outro herói, Caio Portter Jr, até que segurava a onda razoavelmente. Mas o Lanterna era o Lanterna e sabíamos que o bicho iria pegar; e pegou.

Saída errada do Fogão, pênalti a favor do América... Lanterna Verde 1 x 0.

O Botafogo sentiu o golpe e suas peças, outrora importantes, começaram a demonstrar que era Fogo, fogo de palha. Elkerson estava irreconhecível, Cortês, idem (mentira, se alguém se deparar com outro alguém usando um cabelo daquele e achar que é outra pessoa senão o Cortês... é mentira). Mas os baluartes do foguetório alvinegro estavam mal. Renato estava mal. O América então desferiu mais um golpe e colocou o Fogão "na chon". 

Veio o segundo tempo e as coisas, como em todo filme de super herói, começaram a tender para o lado do inimigo que parecia mais resistente e depois, muito mais forte. Para piorar as coisas um jogador do América acabou, não sei porque, sendo expulso. O Botafogo já havia diminuído a diferença com uma sacanagem, digo, um gol, de Loco Abreu. Com um a mais o Botafogo partiu para subjugar nosso herói. Oportunidades? Não, nenhuma. A única oportunidade que o Botafogo teve a transformou em gol, só que o roteirista, digo, o bandeirinha, resolveu anular de maneira equivocada o gol de Herrera que, em posição legal, empataria o jogo. Uma pena para o Botafogo que viu suas chances de título evaporarem e as chances de Libertadores subirem no telhado, em dia de chuva, de patins e sem freio.

Vi também o Jogo do Vascão. Claro, ninguém acreditará em mim, mas exceção feita ao Botafogo por quem não torci mesmo - nada contra o Fogão, mas minha simpatia pelo Lanterna Verde cresce a cada dia -, mas exceção feita ao jogo do Botafogo, eu me peguei torcendo pelo Vasco e, pelo Fluminense, enquanto este fazia e tomava seus golzinho no Vazião encharcado.

O Vasco me decepcionou de certa forma. Mudou sua postura. O Vasco mostrou-se demasiadamente comprometido com sua posição na tabela e deixou a leveza de seu jogo sucumbir diante de uma obrigação pesada de vencer a partida. Foi isso que vi, os jogadores cruzmaltinos de pernas pesadas, sem disposição para trucidar o fraco time de Felipão.

Depois da morna pelada do primeiro tempo, quando o Vasco comandou o jogo mantendo o Palmeiras à uma distância segura de seu gol, veio o segundo tempo e enxerguei um Vasco da Gama matreiro, perigoso, entrincheirado em sua defesa como uma cascavel esperando pelo melhor momento para o bote. O Palmeiras se aproximava e trocava passes arriscados como uma lebre brincando com o chocalho da morte. A bola escapava dos jogadores alviverdes e encontrava os pés e as mentes dos cruzmaltinos, mas nada acontecia e o bote ficava sempre para depois. Foi então que percebi que a cascavel estava tão nervosa quanto deveria estar a lebre. Lebre esta que aliás mordeu a cobra e o Palmeiras empatou a partida.  Depois disso nem as mudanças de Cristovão surtiram efeito e o Vascão pareceu satisfeito com aquele resultado.

O Vasco ainda não colocou as faixas no Corinthians, que venceu o Ceará, mas senti um cheirinho de tecido novo no ar. O Vasco agora precisa vencer a tudo e a todos, inclusive a si mesmo, se quiser subir no calçadão e não ficar na areia. Sou mais o Vasco, mas e o Vasco, o que acha de si?

E hoje, será que teremos surpresa no Engenhão? Tomara, não aguento mais ver o meu Mengão perdendo.