Luxemburgo faz mais uma partida pelo Flamengo e ninguém reclama do mau cheiro.

O Atlético Paranaense demorou exatos dois minutos para perceber que diante de si havia não o Flamengo, mas um bando vestindo o Manto Sagrado a mando de um ex treinador em atividade que se não está de sacanagem com a Torcida do Mengão, deve ter esquecido ou perdido o livrinho com as receitas para escalar um time no mínimo decente.

Fiquei de olhos grudados no que acontecia, afinal de contas me acostumei a aparecer aqui para deixar minhas impressões sobre aquilo que se passava diante de meus olhos. Náuseas, iras, nojos, tudo passou, voltou e revoltou o estômago de meu cérebro. Irado, deixei meus olhos clínicos de lado e passei a enxergar o Flamengo como se alguém não autorizado o estivesse bolinando. O Flamengo, e pelo que vejo por aí é algo que acontece com qualquer torcedor, de qualquer time, é um bem, um patrimônio de minha alma, da alma de cada rubro-negro. Sentir que alguém age de má fé, se aproveita de um amor, uma paixão sua para benefício próprio causa um reboliço nauseabundo em seu sentimento que fica impossível não explodir em revolta. Revoltado, vivi minha revolta vendo o jogo vomitando o resultado daquilo que via em pensamentos que apenas condenavam sem se preocupar com soluções. Na verdade via apenas uma, uma não, duas soluções. Duas demissões sumárias para sacudir o restante da turma. Luxemburgo e Ronaldinho Gaúcho precisam sair hoje do Flamengo. Saídas que mostrariam aos demais o tamanho deles diante do gigante que hoje não conseguem defender com dignidade.

Sobre o jogo... Dizer o que sobre o jogo? Tudo bem, vamos lá.

A defesa do Flamengo não seria visitada e afrontada se o Flamengo do meio campo para frente cumprisse o que prometera nos primeiros dois minutos do jogo. Melhor, se soubesse se aproveitar do drama pelo qual passava o Atlético Pr. Mas o Flamengo não foi Flamengo quando dele se exigia apenas isso. Com um Ronaldinho com vontade de fazer firulas no meio campo, o time começou a trabalhar as jogadas na mesma toada do malabarista. Toques de efeito, sem efeito. Passes errados um atrás do outro fizeram com que o time do Paraná acreditasse mais em si e viesse pra dentro do Mais Querido. Não recorri a estatística, mas creio que o primeiro chute a gol do Mengão foi desferido no segundo tempo.

Bottinelli estava sem espaço. Na direita um disperso Thiago Neves errava seus passes por onde o argentino às vezes tentava organizar algo. Thiago Neves ali, parado, não só atrapalhou Bottinelli, mas não foi possível ver Leo Moura fazendo suas jogadas em espaços criados naquela região. Não havia espaço. Na esquerda espaços também não existiam. Renato e Gaúcho caiam por ali sem criar nada. às vezes até colocavam os jogadores do Atlético na roda, mas era literalmente um roda de jogadores que não sabiam o que fazer com a bola que possuiam.

Wanderley foi uma vítima da falta de criatividade e vontade dos jogadores do meio campo rubro-negro. Luxemburgo mudou o ataque. Negueba não estava no banco. Vânder estava, mas não entrou. Luxemburgo lançou Diego Maurício e Deivid. Por quê? Meus querido, não fiz psiquiatria, não posso saber. E como então tentar advinhar o que se passava na cabeça do treinador do Flamengo quando este resolveu colocar Galhardo no lugar de Leo Moura? Ali minhas esperanças de um futuro melhor ganharam um alento. Leo Moura parece comandar na surdina uma frente de trabalho pela queda de Vanderlei. Tenho quase certeza de que Leo saiu porque Luxemburgo percebeu a má vontade do jogador.

A partida virou uma pelada. Dois times sem padrão de jogo, mal treinados e/ou insatisfeitos com seus comandantes. Foi um 1x1 com cara de 0x0.  Ainda bem que acabou.