Sei que o assunto já está batido, mas acreditem, este assunto fica melhor batido e mexido (desculpe James) que esquecido no subcosnciente de alguns fomentadores de opiniões inoportunas e desagradáveis. Sim, há este tipo de linha de raciocínio e há também gente ralé disposta a difundí-la em nome do bem estar do sistema que, mais uma vez repito, acreditem, existe.
A faixa exposta por uma torcedora do Náutico em Setembro último acabou levando o time pernambucano à julgamento pelo STJD. Se isso não é uma manifestação expressiva da ditadura que um dia assolou e matou este país, não sei mais o que é. O fato do Náutico ter sido absolvido não abranda o acontecido. Julgar alguém que pagou ingresso para um espetáculo e resolveu taxá-lo de péssimo, de gosto duvidoso e de suspeito é no mínimo uma ofensa à liberdade de expressão a nós garantida por uma constituição. Sim, mas como disse o locutor global Luiz Roberto, tratava-se de uma festa particular e o indivíduo que abriu a faixa não tinha o direito de fazê-lo na festa alheia. Festa alheia?!! Festa alheia o escambal!!!
Quantos milhões de reais movem o futebol brasileiro - você, amigo ouvinte, sabe exatamente o destino desses milhões e reais que, diga-se de passagem, saem dos bolsos quase vazios desses convidados frequentadores de "festas particulares". Já fico puto por pagar uma fortuna de SKY e mais per-pay-view para ver um monte de erros de arbitragem, um bando de pernas-de-pau e os jogos comprados sendo remarcados de datas e locais de disputa sem que ninguém me avise com antecedência ou me pergunte se pode mexer no produto que comprei. Para atitudes como essa sim, devia o STJD manter uma regulamentação proibitiva. Agora, calar o pensamento dos outros...! Não! Há um fato novo nessa volta velada do comportamento ditador sustentado hoje e no passado pelas mesmas "pessoas", pelo mesmo jeito de pensar. Querem julgar o Galo Mineiro pelo protesto lícito e conveniente de sua torcida que expôs um mosáico tricolor com as letras C, B e F. Pelo amor de Deus! O STJD se baseia no seguinte texto retirado do contexto conhecido como Estatuto do Torcedor: "inciso IV do artigo 13-A "Não portar
ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com
mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo"" Mensagens ofensivas diz o texto... Coibir a manifestação do pensamento alheio... essa é a mensagem ofensiva que esses episódios trazem à tona, do passado. O que é isso? A "mãe" de todos os árbitros agora terá de deixar a "vida fácil"? Políticos e árbitros de futebol não poderão mais receber a alcunha de "ladrão!!" fiu, fiu, fiu "ladrão!!? Façam-me o favor?
Diz a lenda popular envolvida nas "festas particulares" da CBF e da Rede Globo que as árbitragens tendem normalmente ao favorecimento do "ime grande" em detrimento do time pequeno. É verdade isso? Diz também a mesma crendice que existem "árbitros caseiros" aliás, essa descrição é atribuída a alguns árbitros daqui e do exterior pelo maior corporativista vivo do futebol tupiniquim ao analisar algumas arbitragens de alguns jogos, o Sr Arnaldo César Coelho. Várias vezes ele se referiu a arbitragens chamando-as de caseiras. Aí eu pergunto: o visitante que teve o desprazer de se defrontar com essa "arbitragem caseira" e que pagou ingresso, caro, diga-se de passagem, não tem o direito de reclamar dessa arbitragem que deferia estar presa e não apitando?
O Fluminense provavelmente será o campeão brasileiro deste ano e, não fiz essa pesquisa, mas se confrontados erros a seu favor com os erros contrários à sua causa pode ser até que saia como injustiçado. Mas não podemos negar que os erros favoráveis à causa Tricolor ocorreram seguidamente e isso chamou a atenção do pensamento passional de todo torcedor que não torce pelo Fluzão. Ora, se o Cuca vai à imprensa e reclama de conspiração a favor deste ou daquele time, que o sistema ao qual o Cuca faz parte e, baseado em regulamento, se manifeste contrário ao treinador e o puna, mas punir a livre manifestação intelectual de um torcedor de futebol... Ditadura!!
Como diria um velho amigo meu do qual o nome não me vem à memória, a CBF e a Rede Gliobo não têm envergadura moral para coibir o pensamento contrário às suas atitudes. São duas instituições para lá de suspeitas e de legitimidade, digamos, discutíveis. Seja na política, seja no futebol, ou mesmo na política que envolve o futebol, nenhuma das duas instituições possui voto da minha confiança para fazer nada em meu nome, muito menos punir alguém que apenas manifestou seu direito de tocar a lisura de um espetáculo caro, pelo qual paga e é constantemente maltratado pela estrutura que o cerca. Honestidade é o mínimo que a segurança de qualquer torcedor-cidadão pode exigir do "sistema".
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