sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Zico deixa o Flamengo, Silas não.

A frase é para ter efeito mesmo. Zico deixa o Flamengo. A meu ver, mais um gol perdido pelo Galinho de Quintino. Deixar o Flamengo assim, nessas condições? Puxa... Não me refiro apenas ao lugar que o Mengão ocupa na tabela, minha visão é mais ampla e, por conseguinte, mas triste. Zico deixa o Flamengo entregue à podridão que tanto questionou e que tanto mal faz ao clube que amamos: eu, você e o próprio Zico. O Galinho precisa entender que depois dele não virá mais ninguém. Nenhum outro ser humano tem a capacidade moral do nosso Galo para tentar varrer da Gávea a corja que assola a paz no clube e suga tudo o que pode ser sugado. Zico não deveria sair.
Sim, feriram a família do Galo, os galinhos, seus filhos, Isso é gravíssimo e poderia nos fazer perdoar a atitude do Galo. Ora, então que se dê nome aos bois. Sim, porque acima escrevi que nenhum ser humano poderia fazer o Fla algo que Zico não conseguiu fazer. Mas não se esqueça que há uma outra entidade e, ainda mais poderosa que o próprio Zico: A Torcida do Flamengo. Basta que um nome seja dito, um comando, uma frente de pensamento, basta um "qualquer coisa". Se Zico tivesse feito isso ao sair, a Maior Torcida desse país encamparia suas desavenças e tomaria as atitudes pertinentes e necessárias às mudanças que o Flamengo precisa implementar para voltar a ser grande. Não vá Zico, volte. Ou então diga-nos quem são os "brutos" que habitam nosso solo sagrado. Patrícia não resistirá e a corja voltará ao comando do nosso Flamengo. Não é hora de abandonar o barco.
  Abaixo a "carta de despedida do Galo", retirada de seu site, Zico na Rede

Carta aberta ao Flamengo



No dia em que aceitei o convite para ser diretor-executivo de futebol do Flamengo fiz questão de me manifestar através do meu site oficial, que sempre foi minha voz, meu canal de comunicação com as pessoas que me acompanham. E não poderia ser diferente agora que venho comunicar minha saída do clube.
Considero nesse momento que não é possível fazer no Flamengo aquilo que eu gostaria. Percebo que a minha presença não tem sido favorável e, desde a minha chegada, vem causando o descontentamento de muitas pessoas. Não há condições para eu continuar.
Estou sendo atacado injustamente, principalmente através de meus filhos, que em nenhum momento se envolveram em nada que estivesse em desacordo com os conceitos éticos e morais que aprendi com meu pai. Minha vida sempre foi calcada no trabalho, no respeito e no embate franco diante dos desafios. Não posso permitir que esse duelo covarde continue a acontecer usando a minha família, que vem se desgastando nas últimas semanas.
Queria agradecer a Patrícia pela oportunidade de tentar fazer mudanças que considero importantes para o Flamengo, não apenas no futebol profissional. Meus planos seguiam pelas divisões de base, de onde eu vim, e vislumbravam a construção de um Centro de Treinamento - que sempre foi um sonho desde os tempos em que eu ainda jogava no clube. Espero que estas sementes não sejam desperdiçadas.
Tomar uma decisão como essas não é fácil. Mas espero que todos entendam que não posso carregar comigo a desconfiança de um dos setores mais importantes do clube, o Conselho Fiscal. E não há condições de debater com essas pessoas que estão a serviço de sabe-se lá quem ou o que, dispostas a jogar sujo e minar o próprio clube.
Quando aceitei o desafio de assumir o futebol do Flamengo, sabia das dificuldades e meu discurso era no sentido de uma atuação de consenso, unindo forças dentro do Flamengo. O objetivo era angariar o apoio de quem quisesse o bem do clube.
Não travo batalhas de poder e dinheiro, jamais fiz em nenhum lugar por onde passei. Minha arma na guerra sempre foi o trabalho, a transparência e a lisura com as quais segui conduzindo cada negociação que fiz ao longo desse período como dirigente. Minha vida sempre foi aberta a quem quisesse pesquisar e, se não consegui levar o CFZ do Rio à Primeira Divisão do Rio, muita gente sabe que foi também por não me curvar aos desmandos de quem comandava o futebol carioca.
Se eu cometi erros como diretor- e sou humano para isso – saibam que agi sempre no intuito de acertar e observando o que julgava melhor para o Flamengo. Em nenhum momento desonrei quem acredita em mim.
Gostaria de agradecer ainda a cada funcionário do clube que me apoiou nesse período. Infelizmente não vai ser possível cumprimentar um a um, mas espero que todos se sintam abraçados por mim. E dizer aos jogadores, a quem eu também agradeço pelo apoio constante, que eu confio na capacidade deles de superar essa situação.
Dediquei quase toda a minha carreira como jogador profissional ao Flamengo, centenário, histórico, de muitos ídolos e que me ajudou a ser quem eu sou hoje. Esse clube, onde me formei e me tornei um ídolo, precisa voltar a ser grande. O caminho da grandeza foi perdido não agora. Lamentavelmente é fruto de anos e anos de um sistema histórico incompatível com as coisas que eu acredito.
Para mim, esta quinta-feira foi um dia especial porque nasceu meu neto Antonio, mas ao mesmo tempo morreu no meu coração esse Flamengo de hoje que está representado por essas pessoas, algumas delas que sequer conheço e atuam dentro do clube como se fossem os donos.
Ao torcedor fica meu lamento e o maior agradecimento de todos. O que ouvi ao longo do tempo foi sempre apoio, incentivo, mensagens de força. Mas realmente, nesse momento sinto que a minha presença está prejudicando o clube. É preciso união e muita gente está mais preocupada em me tirar do cargo do que com o Flamengo. Portanto eu saio.
Para encerrar, quem me conhece sabe que as acusações levianas envolvendo a minha família e o CFZ não vão ficar no esquecimento. Faço questão de ir atrás judicialmente de tudo o que foi dito dentro e fora do clube.


Muito triste. Este é sem dúvida o dia mais triste da história do Flamengo e, um outro dia ao qual este levará, será ainda mais triste.

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