terça-feira, 29 de janeiro de 2013

E a vontade de ser ídolo?



O futebol brasileiro, apesar de algumas diretorias pés-no-chão, passa por um momento todo especial em sua história. Salários, condições de treinamentos, medicina oferecida aos atletas, a realidade do futebol tupiniquim nunca esteve tão perto da realidade sonhada outrora pelos meninos que começavam suas carreiras mirando o futebol europeu. Sim amigos, os moleques procuravam Flamengos, Palmeiras, São Paulos, Botafogos e Vascos na intenção dos Reais Madrid, Barcelonas, Milans, Juventus e Romas da vida. Verdade... Entretanto, esse "outrora" não viaja muito no tempo não. Antes desse outrora, num outrora mais outrora ainda, os meninos procuravam os Flamengos, Palmeiras, São Paulos, Botafogos e Vascos da vida na intenção de se transformarem num Zico, um Ademir da Guia, num Renato, um Gérson e, quem sabe, num Roberto Dinamite. Mas o dinheiro falou mais alto nas sucessões entre "os outroras" da vida. Mirava-se a Europa e não mais a história.
Lembro de ter estudado na mitologia, principalmente na grega,  essa obsessão dos heróis e semi-deuses pos suas incursões na imortalidade da história. Além das leituras, àqueles que gostam do assunto poderão recorrer ao trecho do filme Tróia onde Brad Pitt, melhor, Aquiles escolhe diante do conselho de sua mãe morrer para entrar na história à permanecer vivo em berço quente e não eterno. Pois os jovens desta outrora mais recente e especificamente do presente com o qual se preocupa esse post preferem o dim dim a terem seus nomes gravados na história imortal de um clube envolvidos na paixão que os permeiam. Pois eis que o momento propicia um pensamento e uma escolha diferente.

Zico faz parte da história do Flamengo de uma maneira ímpar, assim como Assis faz na história do Fluminense, Dinamite da história do Vasco e tantos outros, como Garrincha na história do Botafogo. Mas e Deco, Ronaldinho Gaúcho, o próprio Seedorff e... procuro um vascaíno e não acho, essa galera fará parte na história dos clubes do Rio aos quais estão ligados? Duvido muito.
Pois hoje os jovens talentos que adentram as escolinhas e os centros de testes podem desde já planejar suas vidas dentro do futebol não mais em busca do passaporte italiano, mas sim em fazer parte da história, por exemplo, do seu clube do coração, como fez Zico, ou Roberto, ou Heleno (se é que o temperamental era mesmo alvinegro - não sei). Sei é que já é possível tentar ser o Dez da Gávea sem ter de ficar com pires na mão, repito, apesar das diretorias pés-no-chão que ameaçam mexer nesse vespeiro monetário. Torço para que o foco mude e essa galeria talentosa vista a camisa que diz amar e que os beijos não sejam mais como os beijos de bebeto, mas sim beijos realmente apaixonados pelos Mantos envergados.

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