quinta-feira, 19 de julho de 2012

Uma triste história de amor.

Escreveria minhas impressões a respeito do que aconteceu no Engenhão ainda na madrugada de ontem, mas meu computador foi outro a me pregar uma peça, ajudando a estragar parte da noite, do dia, do pensamento, do sentimento. Não creio que seja prerrogativa dos torcedores rubro-negros como eu, acredito que aconteça com qualquer torcedor em seu relacionamento com o "clube de coração". O nome já diz tudo e abre um enorme universos para divagações, tristes ou felizes. No caso, muito tristes. Mas não creio que na relação do torcedor com seu clube o amor não seja o sentimento imperativo - mesmo naqueles torcedores babacas que vão ao estádio para se agredirem uns aos outros, até ali o amor está presente, até porque o amor fica guardado e se movimenta num órgão diferente daqueles que motiva a briga entre esses torcedores imbecis. O amor... o amor é um sentimento que não precisa de reciprocidade. Não, o amor é incondicional. Podem discutir à vontade, mas quando você exige ser amado por aquele a quem ama algo já está errado no sentimento que parte de você. E na verdade sofremos ali, no sentimento que nutrimos pelo outro, é no amor que sentimos que reside toda a felicidade, agonia ou frustração. Não me alongarei aqui e nem trarei madeixas louras e nem peles morenas à minha musa inspiradora. A musa aqui, aquela que tem partido meu coração, veste rubro-negro e esta é sua única e apaixonante característica.
Jamais exigi desta musa o mesmo amor que sinto por ela. Exigi apenas, em toda esta vida inteira de dedicação e amor, motivos para sorrir, apenas isso, motivos para sorrir. Pois eis que a incondicionalidade está se transformando no âmago de meu sentimento. No cerne do meu sentimento, naquele lugar de onde eu amo incondicionalmente. Minha musa me trai. Trai não por me negar amor, mas por não me permitir amá-la.

O que se viu ontem no Engenhão foi a pior das traições que o universo do futebol pode proporcionar. Desde os primeiros minutos percebeu-se que o Corinthians agiria com o Flamengo da mesma forma que agiu o Fluminense, com o próprio Flamengo. Quem já jogou futebol saberá do que estou falando. Em todo e qualquer time de pelada você encontrará duas figuras (ao menos duas) importantes: Um é aquele a quem se deve marcar, preocupar-se e vigiar. Normalmente esse cidadão frequenta o meio campo do time e a bola precisa passar em seus pés. O outro é justamente aquele para o qual deve-se olhar com uma visão contrária. Ele deve ficar solto, sem marcação alguma. Não marcado ele acabará recebendo mais a bola e, de posse desta, não saberá o que fazer com ela e a perderá, propiciando contra-ataques que se bem trabalhado podem trazer consigo a vitória desejada. Assim fizeram com o Flamengo o Fluminense e o Corinthians. 
O time treinado e, muito bem treinado, por Tite está num nível melhor do que o Fluminense e não recuou em suas intenções à medida em que seus gols iam saindo. O Corinthians deu a bola ao Flamengo, mas quando o Flamengo devolvia a bola o Timão criava dificuldades absurdas para a fraca defesa, diferente do que fez o Fluzão. Não bastasse essa monstruosa superioridade tática e técnica - o elenco do Corinthians é superior ao do Flamengo - o time paulista ainda foi agraciado pelos erros individuais de Bottinelli e Renato Abreu. A partir dos dois primeiros gols corinthianos o que se viu foi o amor da torcida do Flamengo por seu time ficar sem motivos para existir. Ainda se ouviu entonações de cânticos e hinos, mas a força desse amor foi esvaecendo e sumiu quando as mentes e os corações se uniram para entender o que estava acontecendo.
A Atuação e consequente derrota do Flamengo ontem foi o resultado do que se produz dentro do clube por sua diretoria e por aqueles que têm o poder de decisão na vida rubro-negra. Esta diretoria está conseguindo fazer com que não nasçam mais tantos rubro-negros como nasciam no passado até recente. Está fazendo com que jovens apaixonados dirijam sua paixão para outra atividade, para mundos diferentes do mundo rubro-negro do futebol. Patrícia Amorim não está limpando só a piscina, mas também a alma rubro-negra daqueles que de suas decisões dependem. O Flamengo está entregue ao esquecimento daqueles que o amam. Vamos às notas dos jogadores Fla...

Nota Zero para todos que jogaram ontem.

3 comentários:

Orlani Júnior disse...

Poupe o Paulo Victor, coitado!

Cara, o Flamengo está se apequenando e isso é muito triste. Nem a imprensa hoje em dia faz aquelas matérias sensacionalistas com as derrotas e poucas vitórias rubro-negras, até porque estas não têm nada de épico, não dá para forçar e fazer sensacionalismo.

O pior dos sentimentos é a indiferença e é isso que está acontecendo com a nação. No trabalho ontem, todos falando sobre o jogo, o único "carioca" sempre é perguntado, não titubeei, vai ser um sacode que o Corinthians vai dar. Dito e feito.

Falta muito para os 30 pontos restantes?

SRN

Visão Desconexa disse...

É meu amigo, e esse campeonato que não termina logo... Sonho com um Flamengo forte, advindo da segunda divisão.
Vou livrar a cara do Paulo Victor, o enquadrarei como cúmplice, está bom assim?

Um abraço amigão!!

Orlani Júnior disse...

Está ótimo, meu caro! Sabia que você, apesar da visão desconexa, não seria injusto. Este goleiro é o tipo do cara que está no lugar errado, na hora errada, com as pessoas erradas.

SRN